terça-feira, 14 de junho de 2011

A desigualdade social e suas consequencias



O Brasil, apesar de estar entre as dez maiores economias do mundo, é um dos campeões de desigualdade social. Os índices de violência aumentaram assustadoramente, elevando o crescimento da indústria de segurança. Blindagem de carros, sistemas de alarmes, travas e grades compõem um arsenal que, hoje, é quase uma necessidade essencial.
   Tal situação, sem dúvida, é fruto de um longo período de descaso e conformismo de toda sociedade. 
  Josué de Castro, expõe, numa inspiradíssima frase, a seguinte constatação: “Metade da humanidade não come e a outra metade não dorme com medo da que não come”
 Felizmente muitos já compreenderam que é absolutamente incompatível a prosperidade do empresariado numa sociedade em situação de caos.
   As empresas podem, não somente utilizar o seu poder político para influenciar nas decisões governamentais e nas políticas públicas - para que estas sejam mais éticas e justas – mas, também, empreender em setores onde a dignidade humana e a qualidade de vida estão diretamente relacionadas.
   Não podemos, simplesmente, nos trancafiar temerosos dos famintos, precisamos estar conscientes do nosso papel e de nossa responsabilidade diante de tão grave problema.
   Felizmente o “exército do bem”  tem crescido, avançado e conquistado vitórias. Não são somente as empresas que se voltam para implementar ações na área social, boa parte da população tem se beneficiado com programas voltados para os mais carentes. Existem, hoje, no país cerca de 220.000 organizações não-governamentais, a maioria dedicada à filantropia. Os soldados desse bom exército estão em todos os lugares, em ruas, escolas, associações, ou mesmo em casas de detenção, a exemplo dos internos do presídio Hélio Gomes, que doaram por três vezes (outubro, novembro e dezembro) para o Banco Rio de Alimentos, num nobre gesto de solidariedade, alimentos equivalentes a uma refeição do seu dia. Isto demonstra que a atitude cidadã independe do poder aquisitivo, condição social ou humana, mas está diretamente relacionada à capacidade de lançar o olhar para o que está em volta e perceber que há sempre algo a fazer pelo outro.


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