segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Encontro de Formação

Nesse ultimo fim de semana 26 e 27, representantes da Pastoral da Juventude de Matipó, participaram do encontro de formação na cidade de Sericita - MG.
O tema do encontro foi " FRATERNIDADE E A VIDA NO PLANETA" com o lema " A CRIAÇÃO GEME EM DORES DE PARTO". O principal objetivo do encontro (além de fazer uma nova alerta sobre os problemas do planeta) foi procurar formas de mudanças para nosso comportamento do dia a dia.Por mais que ja sabemos sobre os problemas, ficamos sempre de braços cruzados esperando eles piorarem cada dia mais. O encontro foi muito animado e bem trabalhado pela Orientadora Luiza (SERICITA -MG) e pelo Pe. Luiz Martins(MATIPO-MG)...
A noite,após o termino da Missa, ocorreu a noite cultural para todos os jovens presentes, onde todas as paroquias se interagiram e partilharam conhecimentos além de se divertirem bastante com a "turma dos mascarados".
No domingo houve um reforço para os coordenadores paroquiais sobre os trabalhos da Forania e também da região... alertando-os sobre a importância do perfil de cada jovem que será enviado para os cursos, encontros de formação e demais eventos que acontecerão.






















PALAVRAS BONITAS NÃO SÃO SUFICIENTES. PARA MUDARMOS O QUE ESTA SENDO PRECISO MUDAR, PRECISAMOS AGIR.
ENTÃO,DESCRUZE OS BRASÇOS, PARE DE RECLAMAR E FAÇA SUA PARTE.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Um abismo chama outro abismo

BIG BROTHER BRASIL
(Luiz Fernando Veríssimo)

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço...A décima primeira (está indo longe!) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil,... encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que em Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos.

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.

Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível.

Eu gostaria de perguntar, se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis?

São esses nossos exemplos de heróis?

Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros: profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados..

Heróis, são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia.

Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.

Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada, meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral.

Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social: moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.

Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ler a Bíblia, orar, meditar, passear com os filhos, ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir.

Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construída nossa sociedade.


Conheça Dom Emanuel Messias, o novo bispo nomeado para a Diocese de Caratinga


O papa Bento XVI nomeou nesta quarta-feira, 16, três novos bispos para o Brasil. Aceitando a renúncia de dom Hélio Gonçalves Heleno, bispo da diocese de Caratinga (MG), em conformidade com o cânon 401§ 1 do Código de Direito Canônico (motivo de idade), Bento XVI nomeou para sucedê-lo dom Emanuel Messias de Oliveira, até agora, bispo diocesano de Guanhães (MG).
Conforme o relato de monsenhor Raul, este é um momento importante para a diocese, que vibrou de alegria com o anúncio dado. O vigário geral, que há tempos  reza nas intenções de dom Hélio e de seu sucessor, agradecendo a Deus, diz: "Obrigado, Pai celeste, por este grande presente, este dom, que estais nos concedendo. Obrigado, Senhor Jesus, por terdes colocado dom Emanuel à frente desta vossa Igreja que está em Caratinga".
O novo bispo, que durante 24 anos lecionou Sagradas Escrituras no Seminário Diocesano Nossa Senhora do Rosário e, mais recentemente, estava ligado a ele pelos 14 seminaristas da diocese de Guanhães que nele estudam, será empossado no dia 20 de maio, na catedral de São João Batista.
"Bem-vindo, Dom Emanuel. A Diocese inteira o acolhe, com muito amor, com muita esperança e muito espírito de fé, sabendo que foi o próprio Espírito Santo que o escolheu para esta missão de ser nosso pai e pastor, nosso guia e companheiro de caminhada!", é a afirmação de monsenhor Raul repetida por todo o povo de Deus presente nesta diocese.
Dados biográficos de Dom Emanuel
Nasceu em Salinas, MG, dia 22 de abril de 1948, filho de Deoclides Oliveira e Maria Angélica Teixeira (in memoriam). Fez o curso fundamental e o médio, em Governador Valadares. O curso de Filosofia, em Mariana, no Seminário São José (1967-1968). E o curso de Teologia, em Roma, na Pontifícia Universidade Gregoriana (1969-1972), especializando-se em Sagrada Escritura, no Pontifício Instituto Bíblico de Roma (1972-1975).
Recebeu o Presbiterato, aos 4 de fevereiro de 1976, em Governador Valadares. Exerceu o ministério sacerdotal em Governador Valadares, como Vigário Paroquial (6 anos) e Pároco (17 anos), na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Ilha dos Araújos; professor de Sagrada Escritura, no Seminário Diocesano Nossa Senhora do Rosário, em Caratinga, durante 24 anos; Coordenador Diocesano de Pastoral; e Diretor Espiritual, em Minas Gerais, do Movimento “Fé e Luz”, serviço que continuou exercendo depois de Bispo.
Foi sagrado Bispo para a Diocese de Guanhães, também em Governador Valadares, por Dom José Heleno, dia 19 de abril de 1998; e tomou posse daquela diocese dia 17 de maio daquele mesmo ano. Seu lema episcopal: A serviço da Misericórdia. Como Bispo de Guanhães, foi também responsável da dimensão Bíblico-Catequética do Regional Leste II; e Administrador Apostólico da Diocese de Governador Valadares.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Agenda da Pastoral da Juventude (FORANIA DOM HELDER)

Galera para não ficarmos de fora dos eventos , vamos ficar ligados no que acontece na nossa Forania com essa agenda que esta abaixo.

Data    Atividade                                                 Local
12/02 Reunião da Coordenação Regional da PJ  Ponte Nova
19/02 Nucleação da PJ   Foranias
26 e 27/02 Formação da PJ (Forania de Abre Campo) Sericita
19/03 Nucleação da PJ Foranias
09/04 Reunião da Coordenação Regional da PJ Ponte Nova
16/04 Nucleação da PJ Foranias
21/05 Nucleação da PJ Foranias
27 a 29/05 Formação do CLARO Viçosa
11/06 Reunião da Coordenação Regional da PJ Ponte Nova
18/06 Nucleação da PJ Foranias
23 a 26/06 Assembléia Arquidiocesana da PJ
10/07 Encontrão da PJ (Forania de Abre Campo) São Pedro dos Ferros
16/07 Nucleação da PJ Foranias
23/07 Encontrão da PJ (Forania de Abre Campo) Santo Antônio do Grama
30/07 Encontrão da PJ (Forania de Abre Campo) Abre Campo
13/08 Reunião da Coordenação Regional da PJ Ponte Nova
14/08 Encontrão da PJ (Forania de Abre Campo) Pedra Bonita
26 a 28/08 Formação do CLARO Abre Campo
10 e 11/09 Formação da PJ (Forania de Abre Campo) Rio Casca
08/10 Reunião da Coordenação Regional da PJ Ponte Nova
18 a 20/11 Formação do CLARO Ponte Nova

Converse sempre com seu coordenador e ajude-o nos trabalhos do grupo de jovens dentro da sua paroquia e também da Forania ... lembre-se sempre :" Eu preciso de você , você precisa de mim, nós todos precisamos de CRISTO ATÉ O FIM!"
Forte abraço e bom trabalho a todos.
Nego.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A Música na Liturgia

A MÚSICA NA LITURGIA
(Pe. José Antônio – Barbacena – MG)

“Aclamem a Deus, nossa força. Acompanhem, toquem os pandeiros, a harpa melodiosa e a cítara” (Sl 81,2-4). “Cantem para ele ao som de instrumentos...” (cf 1Cr 15-16).

1. Introdução:
Todos nós temos consciência de como a música é importante em nossa vida. Como é divina, como faz bem! Se ela é tão importante em tudo, por que não seria também na liturgia? O povo diz com sabedoria que “quem canta reza duas vezes”. E é verdade. Assim, podemos afirmar com certeza que seria quase impossível uma liturgia sem a música e sem o canto.
O Documento da CNBB sobre a música na liturgia (Estudos, n. 79) lembra que “o canto cria comunidade, liga as pessoas entre si, e mais eficazmente as põe em sintonia com o Mistério de Deus” (n. 6).
Sem música a liturgia é um corpo sem alma. O canto anima (dá alma), cria o clima, ajuda a rezar, interioriza, evangeliza. O povo demonstra sua fé e alegria, seu amor e gratidão a Deus por meio do canto. Os hebreus e os cristãos, indígenas e negros, quase todos os povos e culturas sempre usaram a música e a dança como elementos essenciais em seus ritos. Através do canto, revelam a alegria da festa, a unidade de coração, o compromisso com a vida. O canto expressa emoção e luta, penitência e louvor.
A finalidade do canto não é apenas a de tornar a celebração mais leve, gostosa, movimentada. Mas ajudar a celebrar bem. A Igreja nos ensina que não podemos nos contentar em cantar na liturgia, mas devemos cantar a liturgia (Doc. 79, n. 27).
Para isso, precisamos saber distinguir bem o que é música litúrgica e o que não é:
a)       Canto sacro: expressa um tema sagrado ou religioso;
b)       Canto evangelizador: tem a finalidade de evangelizar e catequizar;
c)       Canto litúrgico: está em função da celebração litúrgica e, por isso, ESTÁ SUJEITO ÀS NORMAS DA LITURGIA. Nem todo canto religioso é litúrgico.

Toda comunidade precisa ter uma boa equipe de liturgia, para preparar bem as celebrações e ajudar o povo a celebrar melhor. Faz parte dessa equipe o grupo encarregado do canto na liturgia, não só nas missas, mas em todas as celebrações. A equipe de animação do canto ficará atenta às músicas, para que estejam de acordo com o mistério celebrado e com a comunidade celebrante, ficando responsável para que toda a assembléia tenha acesso às letras, aprenda as músicas e participe durante a celebração.
 O canto é movido pelo sentimento, mas não pode ficar no sentimentalismo. A poesia é importante, mas não deve ser alienante. Assim, o canto litúrgico deve ter inspiração bíblica, levar à oração, evangelizar, ajudar na ligação entre fé e vida.
Na verdade, o tipo de músicas que escolhemos para a celebração retrata a eclesiologia que temos:
a) Se temos uma Igreja mais TRIUNFALISTA, cantaremos: “Qual resplende em manhãs purpurinas...”.”. Tu, que és rei, e que os povos dominas, firma aqui teu trono...”;
b) Se é uma Igreja ALIENADA E INTIMISTA, diremos: “Eu navegarei no oceano do Espírito...”; “Pai, meu Pai... cuida de mim”...;
c) Uma Igreja PROFÉTICA E ENCARNADA: “Javé, o Deus dos pobres, do povo sofredor...”, “Comungar é tornar-se um perigo...”;
d) Igreja que une POESIA E PROFECIA: “Tua Igreja é um corpo... e há no corpo, certamente, coração...”; “Quando o dia da paz renascer...”.
Como na assembléia há pessoas de todos os tipos e idades, o ideal é conseguir o equilíbrio entre a emoção, a poesia, a profecia, a reflexão, a oração. Como a eucaristia é comunitária e familiar, evitamos também algo voltado só para crianças ou para jovens. O ideal é que todos se sintam contemplados.
O documento 79 alerta para o perigo de que os cantos sejam escolhidos de qualquer jeito e fiquem distantes do mistério celebrado e dos textos litúrgicos, correspondendo apenas ao gosto de quem escolhe, sobretudo quando se trata de alguns movimentos e grupos (n. 43). Alguns vão muito pelo caminho doindividualismo intimista e sentimentalista (n. 44); outros partem para o militantismo, realçando a luta sem a mística (n. 45). Uns ficam só no tradicional, outros só querem o novo e o que lhes agrada, esquecendo-se que a assembléia é muito diversificada e todos têm o direito de participar (n. 175).
Entre os cuidados a serem tomados está o de evitar todo e qualquer improviso. Os cantos devem ser preparados com antecedência, para evitar conversas e cochichos durante a celebração: um péssimo ruído. Outro cuidado é o de não ficar escravos dos chamados “folhetos litúrgicos”, que acomodam as equipes, matam a liturgia e podem tornar a celebração muito distante da realidade local.

2. Equipe de canto[1]
A equipe de canto tem a função de ajudar o povo a cantar, envolvendo toda a assembléia. NÃO SE TRATA DE CORAL PARA SE APRESENTAR, mas um grupo que SUSTENTA O CANTO E LEVA O POVO A PARTICIPAR. Além disso, é essencial que o próprio grupo PARTICIPE DA CELEBRAÇÃO, rezando, ouvindo com atenção as leituras, e nunca cochichando, mexendo com instrumentos, andando, como se não estivesse celebrando. O canto litúrgico não é uma apresentação, mas uma oração.
Ao grupo de cantores cabe executar as partes que lhe são próprias e promover a ativa participação dos fiéis no canto. “O coral desempenha verdadeiro ministério ou função litúrgica... e por isso é importante para uma celebração viva...”  Entre suas FUNÇÕES, podemos citar: enriquecer o canto do povo... criar espaços de descanso que fomentem a contemplação... dar um colorido próprio às celebrações... animar o canto da assembléia, guiando e sustentando as vozes do povo (Doc. 79, nn. 254-255).
“Cada um dos membros do coral deve ser incentivado à participação plena na celebração, dos ritos iniciais aos ritos finais, como ouvintes atentos da Palavra... participantes fervorosos do Mistério da Fé, evitando comportamentos que deixem a desejar ou desedifiquem a assembléia e desmereçam o próprio ministério” (Doc. 79, n. 260 e IGMR, n. 274).
Como é função do coral ajudar o povo a participar, é um grande desrespeito à assembléia e desserviço à liturgia entoar cantos que a assembléia desconheça ou dos quais não tenha a letra para acompanhar. Além disso, deve estar bem claro que O CANTO ESTÁ A SERVIÇO DA CELEBRAÇÃO, E NÃO A CELEBRAÇÃO A SERVIÇO DO CANTO. O CORAL ESTÁ A SERVIÇO DA LITURGIA, E NÃO A LITURGIA A SERVIÇO DO CORAL.
Nas igrejas onde há muitas missas no domingo, não faz sentido cantar em cada uma músicas diferentes, de acordo com o gosto do coral. Deve haver mais sintonia, unidade, coerência.
Uma outra coisa muito importante é a sintonia entre a equipe de animação do canto e o presidente da celebração, bem como com outros ministros. O presidente deve saber tudo o que vai ser cantado para evitar desencontros. Os leitores devem saber, por exemplo, se o salmo será cantado ou não, ou se apenas o refrão será cantado.
Quanto ao LOCAL onde ficar, há um documento da Santa Sé que diz que “o grupo dos cantores, segundo a disposição de cada igreja, deve ser colocado de tal forma que se manifeste claramente sua natureza, isto é, que faz parte da assembléia dos fiéis, onde desempenha um papel particular; que a execução de sua função se torne mais fácil; e possa cada um de seus membros facilmente obter umaparticipação plena na Missa, ou seja, participação sacramental”[2].
A Instrução Geral dá a seguinte orientação: “O órgão e outros instrumentos musicais sejam colocados em tal lugar que possam sustentar o canto do grupo de cantores e do povo e possam ser facilmente ouvidos, quando tocados sozinhos” (n. 313).
O documento da CNBB diz que “para poder exercer sua função ministerial junto à assembléia, o coral se poste de tal forma, que fique próximo dos fiéis na nave, à frente, entre o presbitério e a assembléia, sem impedir a visão do povo, e não longe dos instrumentos de acompanhamento” (n. 258) . Não, portanto, no coro.
O que se diz do grupo de cantores vale também para os outros músicos e para o organista.

3. Animador(a) do canto
Convém que haja um(a) animador(a) para DIRIGIR E SUSTENTAR o canto do povo. Alguém que fique em um lugar visível, e seja como o “maestro” para conduzir a assembléia. Mesmo não havendo um grupo de cantores, compete a essa pessoa dirigir os diversos cantos, com a devida participação do povo. Para isso, é necessário que ensaie antes e ensine à assembléia os novos cantos.
Porém, não é função do(a) animador(a) fazer “show”. Animar não significa ficar gritando: “todo mundo”, “mais forte”, “só vocês”, “com palmas”... Conseguimos tudo isso só com gestos ou conduzindo com nosso modo de cantar. Nem precisa cantar o tempo todo no microfone. É preciso deixar a assembléia cantar para que sinta a necessidade e importância da sua participação. Pode também sugerir formas variadas de participação: todos juntos, revezamento coral-assembléia, solo-assembléia, homens-mulheres. Animar é dar alma, dar vida, ajudar a rezar.
Deve chegar antes para ensaiar com a assembléia. Para o ENSAIO, algumas orientações são importantes:
a) Nunca dizer que o canto é difícil ou feio; b) dar uma breve explicação do canto, chamando a atenção para alguma mensagem que ele transmite ou sua ligação com a bíblia e com a vida; c) orientar a assembléia para ouvir primeiro umas três vezes e, só depois, começar a cantar; d) evitar dar muito volume à voz; elogiar a participação da assembléia para motivá-la; e) procurar manter uma expressão facial alegre; f) saber usar bem a respiração. g) Cantar não apenas com a boca, mas com todo o ser.

4. Instrumentistas
            Os instrumentos são de suma importância para garantir a BELEZA E O RITMO dos cantos. De modo geral, todos os instrumentos são permitidos, desde que adaptados à cultura da assembléia celebrante, e que possam ajudar na execução dos cantos. Em alguns momentos, podem ser executados sozinhos, como, por exemplo: antes da celebração, para criar clima de recolhimento; durante a procissão das oferendas ou da comunhão, entre uma estrofe e outra do canto. Contudo, não se deve tocar durante as leituras e a oração eucarística (doc. 79, n. 264).
Um exemplo interessante é o uso do atabaque para o clima de silêncio e recolhimento. Porém, os instrumentos devem se adaptar ao tipo de música: suave, animada, ritmada, livre... Nos cantos mais ritmados e festivos, usam-se mais instrumentos. Nos cantos suaves, como ato penitencial e salmo de resposta, pode ser só o órgão ou violão dedilhado.
            É fundamental que o instrumento JAMAIS ABAFE a voz. É importante também estar atentos àproporcionalidade: não fica bem um simples violão para animar uma catedral, e uma banda enorme para uma pequena capela. O mesmo serve para o volume. Atenção também para a percussão, que não deve anular a harmonia do grupo. Quem executa o instrumento deve também ser movido por uma atitude espiritual, possuir mística. Estar ali para servir, e não para se exibir; para rezar e celebrar, não para se apresentar.

5. Salmista
       Uma função importantíssima é da pessoa encarregada de proclamar o salmo ou outro cântico bíblico colocado entre as leituras. Como os salmos são hinos, é bom que seja cantado, sobretudo nas celebrações dominicais. A melodia ajuda a rezar. Uma boa voz tornará a oração mais bela.
O(a) salmista deve ficar no ambão, a fim de que seja visto(a) pela assembléia. Canta o refrão sozinho(a) a primeira vez e, depois, junto com a assembléia. Após cada estrofe, faz sinal para que a assembléia entoe o refrão, sem repetir. Deve cantar o salmo de fato rezando e ajudando o povo a rezar. Se não for possível cantar todo o salmo, cante-se pelo menos o refrão.

6. O corpo e a dança
            Também a dança faz parte da celebração. Os bispos do Brasil afirmam que "nossa liturgia deve abrir espaço para as expressões do nosso povo”. Citando o doc. de Santo Domingo, dizem que “a dança passa a ser uma questão de coerência e fidelidade a nossas raízes indígenas, ibéricas e africanas, que deram origem a um povo dançante, que tem direito a uma expressão litúrgica, na qual a dança seja um ponto alto” (doc. 79, n. 208).
Naturalmente, o uso da dança está ligado ao equilíbrio, à criatividade, à cultura do povo que celebra. Além da arte, deve transparecer a mística de quem a executa e o seu sentido litúrgico, ligado à celebração do mistério pascal. O local deve contar com um espaço que favoreça os movimentos e a visão da assembléia.
            O que foi dito para a música vale para a dança: não se trata de dançar na liturgia, mas de dançar aliturgia, acompanhando a procissão (como da bíblia e das oferendas), o salmo, o canto do santo etc.

7. Graus de importância dos cantos litúrgicos
            Os documentos da Igreja classificam em três graus de importância os cantos na celebração:
a) Primeiro grau (os mais importantes):
Saudações e aclamações, oração presidencial, aclamação ao evangelho, prefácio e santo, doxologia final etc.
b) Segundo grau:
Ato penitencial, Glória, Cordeiro de Deus, Profissão de fé.
c) Terceiro grau (de menor importância):
Cantos processionais (como entrada, comunhão) e leituras. É bom lembrar que os cantos que apenas acompanham um rito (entrada, apresentação das oferendas, comunhão) não devem se prolongar após o rito. Terminada a entrada, a apresentação das oferendas, a comunhão, cessam os cantos. Podem também ser omitidos ou substituídos por música instrumental. Durante a apresentação das oferendas, pelo menos de vez em quando se deveria deixar que todos acompanhem a oração do presidente. A resposta pode ser cantada.

8. Algumas dicas:
a) Os cantos devem acompanhar o ritmo da celebração, que oscila entre altos e baixos, como a própria vida. A entrada é festiva, o ato penitencial, reflexivo; o glória é vibrante, o salmo, meditativo; a aclamação entusiasta... e assim por diante. Devem estar em sintonia com os textos bíblicos de cada celebração, especialmente com o Evangelho (sobretudo o canto de comunhão). Estejam de acordo com o tipo de gesto ritual (caminhada, aclamação, perdão);
b) Antes da celebração, é bom cantar um MANTRA, para criar o clima. Mantra é um pequeno refrão, de melodia fácil e orante, que se canta repetidamente. Ele facilita a interiorização, gera silêncio interior e exterior, acalma, nos põe em sintonia com Deus. Ex: “Indo e vindo, trevas e luz, tudo é graça: Deus nos conduz”.
c) O canto de abertura deve formar a assembléia celebrante e apresentar o sentido da celebração. É comum o(a) animador(a) dizer: “Vamos cantar para receber o celebrante”. Há três erros aqui: o canto não é para receber ninguém, mas formar a comunidade. Não é a assembléia que recebe o padre, mas ele que, em nome de Cristo, recebe a comunidade. Celebrante é a assembléia, o padre é apenas o presidente da celebração;
d) O ato penitencial deve realçar mais a misericórdia de Deus do que o nosso pecado (“Senhor, que sois misericórdia e perdão, tende piedade...”). É aconselhável que se faça nesse momento, sobretudo no tempo pascal e outras solenidades, a aspersão;
e) O glória, por ser hino, é melhor que seja cantado. Não se trata de um hino trinitário, mas cristológico. Deve-se priorizar os hinos com a letra do glória oficial ou com versões aprovadas pela CNBB. Mesmo que se mudem as palavras, não deve fugir muito do original.
f) De vez em quando pode-se também fazer a entrada solene da Bíblia, com canto, dança ou coreografia. Pode-se também cantar um refrão convidando a assembléia a acolher bem a Palavra que será proclamada.
g) O salmo não deve ser substituído por qualquer canto. Trata-se de uma continuação, em forma de resposta, da leitura feita. Sendo assim, ou se usa o próprio salmo, ou um canto que seja um prolongamento, em forma de prece, da leitura proclamada.
h) O canto de aclamação ao Evangelho deve ser curto, alegre, vibrante. Durante a quaresma não se canta o “Aleluia”. É bom que expresse a importância da Palavra para a vida, ou que esteja ligado ao Evangelho que será proclamado. Após a proclamação, fica bem repetir o refrão do canto.
i) O santo também fica melhor cantado, e pode ter, de vez em quando, uma coreografia. Como no glória, deve-se priorizar a letra oficial ou semelhante ao original.
j) Durante a consagração não se canta. Faz-se silêncio. Após a consagração, evitar cantos de adoração, para não desviar da dimensão central da Eucaristia, que é Ceia, banquete sagrado, atualização do mistério pascal.
l) A doxologia (Por Cristo, com Cristo) é o ponto alto; deve ser cantada, e o Amém bastante alegre e solene. Como se fosse o auge de uma ópera.
m) De vez em quando, pode-se cantar o Pai-nosso. Por se tratar de um texto bíblico, não deve ser parafraseado ou ter seu conteúdo mudado.
n) Durante o abraço da paz, quando antes da comunhão, é melhor não cantar, mas deixar que as pessoas se cumprimentem, desejando a paz. Isso evita a dispersão.
o) Entre o abraço da paz e o Cordeiro, é mais importante cantar este último, momento da fração do pão, do Cristo que se parte e se reparte. A oração do Cordeiro de Deus nunca deve ser usada com o objetivo de conseguir silêncio após o abraço.
p) O canto de comunhão deve ser mais processional, uma balada ou algo semelhante. Quando possível, escolher músicas cuja letra fale da Eucaristia, ou esteja ligada ao Evangelho do dia ou ao tempo litúrgico que se celebra. O canto de comunhão pode ser também substituído por música instrumental ou  pelo silêncio.
q) Após a comunhão, fazer silêncio. É o momento da oração pessoal, de curtir o mistério celebrado. De vez em quando, pode-se também cantar ou tocar uma música, sem, contudo, sacrificar o tempo litúrgico reservado ao silêncio.
r) Quando se desejar que a assembléia participe do canto final ou de envio, é melhor cantá-lo antes de despedir o povo. Caso contrário, despede-se a assembléia e o grupo de animação do canto o entoa.
s) É preciso cuidado com as missas dos chamados “meses temáticos” (vocações, missões), missas temáticas (do dízimo, de bodas, formatura, 15 anos), ou aquelas preparadas pelos “folhetos litúrgicos”, que, muitas vezes, levam a uma total dicotomia entre o canto e a liturgia. Nunca é demais repetir: a música não é um apêndice, um enfeite, algo paralelo, mas parte integrante da celebração.

9. Alguns problemas:
Em termos de comunicação, existem alguns problemas que não favorecem a execução do canto: instalação ou regulagem inadequada do serviço de som, abuso do microfone e do volume dos instrumentos, excesso de instrumentos.
A demasiada mudança de repertório pode dificultar a participação. Muitas missas transmitidas pela televisão e pelo rádio fogem a toda orientação litúrgica. Não podemos embarcar na onda deles.

10. Animação do canto como ministério
Graças às equipes de canto, “em numerosas comunidades, as celebrações vão se tornando mais vivas e vibrantes, e o canto de toda a assembléia se amplia e cresce” (Doc. 79, nº 12).
Mas para cumprir bem esse serviço sagrado, verdadeiro ministério eclesial, é fundamental que os cantores e todos aqueles que exercem o ministério da música sejam portadores de uma profunda mística, uma motivação de amor e de fé, sem a qual o serviço prestado perderá o seu valor e não cumprirá a sua função.



[1] Registramos aqui as orientações da CNBB, como também da “Instrução Geral do Missal Romano” (IGMR), publicada pela Santa Sé e inserida na Introdução do Missal Romano.
[2] Cf. Sagrada Congregação dos Ritos, Instr. Musicam sacram, de 5 de março de 1967, n. 23: A.A.S. 59n (1967) p. 307.
[3] A música litúrgica no Brasil, CNBB, Ed. Paulus, 1999, São Paulo.